29.2.08

DeVotchKa






















O EP "Course Your Little Heart" ou a banda sonora do "Little Miss Sunshine" serviram, durante 2 anos, para aguçar até ao infinito a impaciência por um novo álbum dos ex-burlescos DeVotchKa.
Ma, ecco la masterpiece! E está lá tudo: o vibrato de Nick Urata (como sempre em grande forma), a magnífica fusão sonora do folk-rock americano com sons com cheirinho a México e a Balcãs, a parafrenália de instrumentos que tão bem lhes passa pelas mãos - guitarras, piano, violino, acordião, saxofone, theremin, bouzouki, trompete, baixo acústico, and so on.
Este disco é bem capaz de me convencer que vai tudo bem no mundo... funciona em pleno como o alka-seltzer perfeito para certas indigestões e amargos de boca.
"A Mad and Faithful Telling" faz bailar tudo cá dentro: sorrisos, sonhos, afectos e até desenganos.
Rendi-me especialmente a estas:

"Basso Profundo"
"Along The Way"

"The Clockwise Witness"

"Transliterator"

"New World"

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"Death By Blonde" (a film by Daron Nefcy; music by DeVotchKa)



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(C)

Weekend Shuffle #12






















Chloe
- The Waiting Room
Ola Podrida - The New Science
Bat For Lashes - Sarah
Adele - Best For Last
Patty Larkin - Beautiful
Devotchka - Transliterator
Merz - Lucky Man
Envelopes - Party
The Fiery Furnaces - Cabaret Of The Seven Devils
Kelpe - Yippee Space Ghost (Sid version)
MGMT - Electric Feel
Olga Kouklaki - How Do You Feel
Dengue Fever - We Were Gonna
Dead Meadow - I'm Gone
Maps and Atlases - Every Place Is A House
The Unicorns - I Was Born (A Unicorn)


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(Z&C)

28.2.08

Bon Iver - For Emma, Forever Ago














Será possível tentar conjugar Jeff Buckley, Elliott Smith e Nick Drake na mesma frase para aludir a algo de novo?
Não. Mas não custa nada tentar. Patrick Watson anda lá perto, e Bon Iver parece querer seguir-lhe as pisadas.
O álbum predominantemente acústico que Justin Vernon - aka Bon Iver - gravou sozinho durante os quatro meses que passou numa cabana no meio da neve após o desmembramento dos DeYarmond (a sua anterior banda), é de uma beleza e melancolia impressionantes. Daquelas que dão vontade de cortar os pulsos de contentamento.
Não precisa mais que um falsetto bem colocado sobre uma criteriosa escolha de acordes, e de uma dobragem de vozes à la TV On The Radio para produzir o irresistível efeito happy sad. As letras ajudam a carregar com força no botão intimista e voilá, estamos agarrados sem apelo nem agravo.
Uma chatice, agora que o sol parecia querer pegar de estaca...

Bon Iver - Flume
Bon Iver - Lump Sum

Bon Iver - Skinny Love

Bon Iver - Blindsided

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(Z)
PS: Por que raio é que o disco tem duas capas?

27.2.08

:D

posta gentilmente surrupiada ao Sr. Ridwan



(C)

The Bird And The Bee - "One Too Many Hearts"






















Os The Bird And The Bee parecem avessos à edição de álbuns, dedicando-se ao formato EP pelo menos de 6 em 6 meses.
Desta vez, e no meio de algum secretismo, a dupla entrou no espírito Valentine's Day e, na mesma data, resolveu presentear todos aqueles que ainda acreditam que AMOR se diz, uma vez por ano, com rosas e coraçõezinhos vermelhos.
Já dizia O poeta, "todas as cartas de amor são ridículas"...
E aqui ficam mais três, com hálito a coração.

"Last Day Of Our Love"
"Come As You Were"
"Tonight You Belong To Me"

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The Bird And The Bee - "How Deep Is Your Love" ( Bee Gees cover)


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26.2.08

The Mae Shi - HLLLYH

"(...) We do this in basements and backyards and in fancy clubs we don't even feel comfortable in. We do this in living rooms and bathrooms and bedrooms and wherever the sound sounds best. We do this with ten dollar keyboards and Olvera Street guitars and with light-reactive synths we built ourselves. We do this with broken cymbals and busted speakers. We do this the first thing when we wake up. We do this after a hard day at work, when it's the only solace and life seems to be a constant source of frustration. We do this on weekends. We do this all the time."

HLLLYH é o 5º álbum dos The Mae Shi.
O álbum da insana glória! De qualidade testada e mais que aprovada!
Ezra Buchla, o ex-vocalista e um dos fundadores da banda, foi substituído por Jonathan Gray, mas a coisa continua ao rubro e, para deleite pessoal, com marcadas reminiscências dos Janes Addiction.
Os vídeos dos concertos destes rapazes, pressagiam uma experiência do outro mundo.
Para quando?

"Lamb and The Lion"
"7xx7"
"The Melody"
"Run To Your Grave"
"I Get Almost Everything"
"Divine Harvest"

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The Mae Shi - "Run To Your Grave"


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22.2.08

Weekend Shuffle #11






















Timber Timbre - Like a Mountain
Hercules & Love Affair - Time Will
Marbert Rocel - Cornflakeboy
Guillemots - Kriss Kross
Gosub - Laugh Track
Cicada - Tiptoes
Midnight Juggernauts - Shadows
Shinichi Osawa - Last Days
Ruckus Roboticus - Here We Go
Fischerspooner - The Best Revenge
Atlas Sound - River Card
Punky's Dilemma - Shooting Stars
Plants And Animals - Lola Who?
Paul Leonard-Morgan - Wilderness ft. Isobel Campbell
Monade - Regarde
Working For A Nuclear Free City - Sarah Dreams Of Summer



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(Z&C)

The Raveonettes - Theatro Circo 19/02/08













Se quisessem, neste momento os The Raveonettes poderiam ser a melhor banda tributo aos Jesus & Mary Chain à face da terra. A parede de distorção sonora em eco, as potentes batidas minimalistas, as harmonias vocais repescadas da pop bubblegum dos 60‘s, o omnipresente fantasma dos Velvet Underground, está tudo lá, coberto por uma dose suplementar de surf-music, de quem parece estar muito atento ao fenómeno Panda Bear.
Até no look de Sune Wagner, parecemos vislumbrar um Jim Reid circa 1985. Só lhe faltam os óculos escuros e tocar de costas voltadas para o público para o quadro ficar perfeito.
Tudo isto à custa, principalmente, do último álbum da banda, o novíssimo "Lust Lust Lust", um pastiche /homenagem a "Psychocandy" ("You Want The Candy" parece copiado a régua e esquadro), que acaba por cair que nem ginjas no espírito revivalista actual. E , claro, foi este o motivo que trouxe The Raveonettes a Braga para um curtíssimo concerto, que mais não deve ter sido do que um teste para os festivais de Verão que se aproximam, o que, esperemos, se revele o terreno ideal para tornar tudo menos frio e asséptico, tanto da parte da banda, como da maioria do público, ultrapassando a timidez deste primeiro encontro.
Longe vão os tempos do garage rock de "Whip It On", embora "Beat City" não tenha ficado esquecido na mente de todos os que se deslocaram ao Theatro Circo, e que, em constantes pedidos, parecem ter feito orelhas moucas ao anúncio no início do espectáculo de que Sune Wagner não iria cantar devido a problemas nas cordas vocais, ficando a voz apenas a cargo de Sharin Foo. Não que isso tenha causado grandes problemas, o tratamento noise-rock dado a todos os temas serviu como fio condutor disfarçando quase tudo ("Love In A Trashcan" até ficou a ganhar com isso, e nem mesmo "French Disko", dos Stereolab, lhe escapou). Só não disfarçou a falta de entrega e empatia suficientes para criar um concerto inesquecível.
Não chegou a desiludir, mas acabou por saber a pouco. Fica para a próxima.





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(Z)

The Billionaires - "Really Real For Ever"






















"Really Real For Ever" é o álbum com que se estreia este quinteto de LA - não confundir com os outros The Billionaires de NY, esses são mais casamentos e baptizados...
Destes meninos - e menina - podemos contar com músicas daquelas que facilmente se colam ao ouvido. As cantigas vão rodando de boca em boca, tal qual aqueles cigarros que a gente sabe... e é também sobre isso que cantam: pedradas nos tempos de liceu e filmes dos anos 80, e odes à natureza, e passa aí a garrafa, e o fim do Verão lá pelo meio.
Esta popezita muito juvenil roda a partir de Março.

"The End Of Summer Song"
"High School High"

"Eighties Movies"
"Ny Cab"

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(C)

The Strip Squad


Para quem ainda pense que twee é apenas sinónimo de doce, inocente e ultra melódico, é porque nunca ouviu falar dos Strip Squad. Bem, a parte do ultra melódiaco ainda vá lá, mas doce e inocente...
Imaginem a desbocada de Peaches no corpo da Scarlett Johansen e não andarão longe.
Criar uma série de melodias trauteáveis, com todos os tiques indie pop a servirem de isco e depois rechear tudo com letras tão sugestivas e acutilantes que nos põem os ouvidos a vibrar de satisfação, é algo muito bem esgalhado. Não que nunca tenha sido tentado, mas poucos o fizeram tão bem.
O primeiro disco, "The Adventures of Strip Squad" (2006), vai ter sucessor à altura lá para o verão, entretanto, dois dos temas já se encontram disponíveis para escuta.
Ah, são suecos.
Hardcore twee, anyone?

"when he masturbates he thinks of pretty things
like the arch of your eyebrow your almond shaped eye"
-
Unreliable Narrator

"you won't be talking back with my legs around your neck!
I would prefer if I could refer to you as It! Your name would be the bit
when you tax against my clit!
-
Hairless Youth of Bosnia


Pervert / Expert (2006)
Unreliable Narrator
(2006)
Damn You (2008)
You Cream My Pants (2008)

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(Z)

21.2.08

múm + Pere Ubu - CDM, Clubbing, 16-02-08










múm:
O óptimo concerto que os múm deram na primeira parte de mais uma esgotadíssima noite Clubbing, não desiludiu quem ansiava mergulhar na atmosfera de melodias recheadas de estranhos ruídos que parecem surgir onde menos se espera.
Fazendo uso da enorme parafernália espalhada pelo palco, em trocas e baldrocas de instrumentos e belas harmonias a três vozes, deram corpo à sua post-pop de encantar, com uma alegria e jovialidade típicas de quem se preocupa mais com o efeito do que com a técnica.
Mais prazenteiro do que cerebral, acabou por ser um concerto mais solto e dinâmico do que aquele há uns anos atrás no Sá da Bandeira.
Incidindo no último trabalho, "Go Go Smear The Poison Ivy", pareceu querer recriar musicalmente essa espécie de lava laranja em constante mutação que identifica o patrocinador do evento. Bonito e maleável, com uma sucessão de pequenos clímax sempre à espreita, e com um bem humorado Ovar - o elemento mais falador - a conduzir tudo apaixonadamente, explicando, por vezes de forma atabalhoada, a temática das canções.
Para além do sempre arrepiante 'Marmalade Fires', e da belíssima 'Moon Pulls', alguns momentos altos aconteceram quando introduziram uma canção nova, ou quando improvisaram sobre um tema tradicional islandês, como prenda de aniversário para um elemento do público, ou ainda quando, à flauta, fizeram um pequeno desvio até "I Was Made For Loving You", dos Kiss.
No entanto, tudo isto acabou por ser "gravado por cima" da memória dessa noite, devido à força da natureza que se seguiu.



Pere Ubu
Quando acordei no dia seguinte, ainda fiquei um pedaço de tempo a pensar se não teria sonhado.
O segundo concerto de David Thomas no Porto em três anos - saciando a fome aos que no Teatro S. João gritavam por Pere Ubu -, foi bom demais para ser verdade.
Demolidor, imprevisível, corrosivo e absolutamente irresistível. Um safanão que ajuda a pôr as coisas na perspectiva (in)correcta, e a prova irrefutável que o álcool conserva, senão o corpo, pelo menos o génio.
O melhor concerto do ano até à data.



(Z)

20.2.08

Jarvis Cocker & Beth Ditto
















O dueto de miss Ditto e de Jarvis Cocker, nos NME Awards do ano passado, serviu de mote para a edição de um single (em exclusivo via iTunes, ao que parece) cujas receitas revertem a favor de uma qualquer causa de caridade que não sei especificar.
A canção, é nada mais que a versão de "Temptation" dos Heaven 17's.

P.S. A foto não pretende ser, de todo, nenhuma provocação... logo agora na Quaresma, tempo de jejum e de penitência das tentações da carne!

Jarvis Cocker & Beth Ditto - "Temptation" (Heaven 17's cover)



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Lindo # 32

The New Pornographers - "Myriad Harbour"


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Slaraffenland - "Private Cinema"






















É uma tarefa algo ingrata sumariar o novo álbum dos dinamarqueses Slaraffenland - ou, à portuguesa, os Terra do Leite e do Mel -, cada tema de "Private Cinema" merece uma apreciação não menos extensa que um ensaio.
Conterrâneos dos muito apreciados Efterklang, seguem-lhes as pisadas sonoras experimentais e atmosféricas, mas subtraem-lhes electrónica e acrescentam-lhes mais vozes.
Uma coisa é certa, este quinteto não se contenta com a via mais fácil, tanto a nível de composição como em termos de performance. O seu estilo muito próprio é bem capaz de não estar destinado a todos os ouvidos mas, quem anseie por uma experiência auditiva digna de provocar um curto-circuito na terra dos neurónios, não procure mais...

"Sleep Tight"

"Show Me The Way"
"The Run Up"
"You Win"
"Paranoid Android"

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18.2.08

Weekend Shuffle #10




























A Weather
- The Feather Test
Get Well Soon - Born Slippy (Nuxx)
Sister Vanilla - Pastel Blue
Okay - Natural
Brian Campeau - Montreal
17 Hippies - The Moving Song
Annuals - River Run
The Billionaires - The End of Summer Song
Friska Viljor - Oh Oh
The Botticellis - Old Home Movies
Make Model - The Was
These New Puritans - Colours
Das Pop - Tired
Stephen Malkmus - Gardenia
The Epochs - Picture of the Sun
No kids - Neighbour's party

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(Z&C)



15.2.08

Say no more...



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"The 27 Most Hilarious Album Covers Of All Time"














Não se riam que é feio...

Mais?

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Bryan Scary & The Shredding Tears






















A música de Bryan Scary é do mais exuberante que possam imaginar. Bem atestada de energia e com um peculiar sentido de humor.
Quase sempre, é um piano que conduz a uma pop-muito-retro, sempre com uma pincelada de cinismo a enfeitar a paisagem que, de outro modo, correria o risco de parecer um postal daqueles demasiado bonitinhos.
Queen, Zappa, ou os Beatles, serão com certeza, parte da discografia que sempre terá pululado a vida deste Bryan.
"Flight Of The Knife" é o seu 2º álbum e estará à venda a partir de 1 de Abril. Na web oficial do disco, pode descarregar-se gratuitamente 1 tema por semana até à data de publicação do mesmo.

"Misery Loves Company"

"Imitation Of The Sky"
"The Curious Disappearence of the Sky-Ship Thunder-Man"

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14.2.08

frYars


A primeira coisa que me vem à cabeça após ouvir música deste calibre produzida pela selecção dos sub-21 (por onde passaram Patrick Wolf, Zach Condon, Sondre Lerche, etc...) é a maturidade musical demonstrada por gente que ainda não era nascida quando os Smiths encomendaram a alma ao criador. A segunda é: mas que porra andava eu a fazer com esta idade?
Com um EP editado ("The Ides", 2007) e outro a sair ("The Perfidy", 2008), frYars é o nome de guerra escolhido por Ben Garrett, londrino de 18 anos, amiguinho dos (ainda mais novos) Cajun Dance Party e Bombay Bicycle Club, e autor de um dos melhores temas que vamos ouvir este ano: "The Ides", um abanão para os sentidos algures entre Patrick Wolf e Bat For Lashes. A produção é do muito recomendável Luke Smith (ex Clor). Isto está a aquecer, caraças.

frYars - The Ides
frYars - Happy
+
Love Is All - Felt Tip (Fryars Remix)

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REWIND #4

Liquid Liquid - "Cavern" (1983)


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13.2.08

Lykke Li - Youth Novels


O EP “Little Bit” já tinha dado o alerta, agora "Youth Novels", o álbum de estreia, confirma-o em absoluto: esta rapariga está destinada para altos voos.
Inspiradíssima pop electrónica low-fi, com pinceladas de soul, e com o GPS orientado para os Blow, Sissy Whish e os Concretes.
A produção de Bjorn Yttling (Peter Bjorn & John), dá-lhe um toque minimalista, algo artesanal, com muito espaço para a imaginação, como só os suecos sabem fazer. O resultado é tiro e queda.
"Little Bit" é um hit instantâneo, que só espero não venha a ser sugado até ao tutano numa campanha publicitária de uma qualquer operadora de telemóveis (os sacanas parecem ter um gostinho especial pela suécia).

Lykke Li - Little Bit

O resto? Está aqui.





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12.2.08

A lady of a certain age

Little Annie & Paul Wallfisch - Casa das Artes de Famalicão, 09-02-08




Little Annie Bandez referiu-se ao jantar que antecedeu o espectáculo em Famalicão, como tendo sido excessivo mas irresistível.
Imagino que a ementa terá incluído meia dose de gravilha, dois ou três maços de Gitanes e uma lixa nº 3, porque uma voz destas - Marianne Faithfull que o diga -, não se alimenta a pão-de-ló e vinho do Porto.
Desde que o excelente "Songs From The Coal Mine Canary" reavivou (ou despertou) o interesse pela carreira desta sobrevivente artista, logo seguido pelo recente e belíssimo "When Good Things Happen to Bad Pianos" - razão da sua visita - , que o cabaret noir parece ter ficado, definitivamente, como o seu habitat natural.
A casa das Artes de Famalicão teve a oportunidade de o confirmar de forma inequívoca, no inesquecível concerto/performance que, durante hora e meia, manteve completamente cativada, uma plateia hipnotizada por um olhar tão perfurante que parece querer saltar das órbitas, pela teatral movimentação em palco, pelo discurso informal e bem humorado, e, principalmente, pela rudeza áspera de uma voz profunda, sobreposta numa fina camada de veludo - como um velho teatro que, mesmo desgastado pelo peso dos anos, consegue manter todo o seu imponente esplendor - sensação plenamente reforçada pela oportuna interpretação de temas como "Yesterday When I Was Young" ou "It Was a Very Good Year", sempre com uma fragilidade no fio da navalha, como que a queimar os últimos cartuchos.
A acompanhá-la esteve, como vem sendo hábito, Paul Wallfisch, com o seu virtuosismo muito cool, criando ao piano o contraponto perfeito para a voz de Annie, o qual, conforme se pôde constatar, vai ter seguimento em mais um disco. Ajudou ainda a tornar surpreendentemente audível o manhoso "Private Dancer" e a dar vida nova a "I Still Haven't Found What I‘m Looking For" - continua a ser música negra, mas é outro tipo de negritude.
Acabou em beleza, com o muito (timidamente?) aguardado "If You Go Away".



(Z)

The Ruby Suns





















Após uma intensa dieta de Sol, Ryan Mcphun (o rubi por trás deste projecto) trocou a Califórnia pela Nova Zelândia, mas nem por isso a veia criativa gelou. Pouco depois da sua chegada, Mcphun ainda deu uns toques com os The Brunettes antes de se fechar na sua cave-estúdio onde foi aperfeiçoando as múltiplas camadas popadelic que tão bem caracterizam o som dos The Ruby Suns.
O excelente álbum homónimo de estreia viu a luz em 2006. A proeza repete-se com o novo "Sea Lion" ( 4 de março pela Sub Pop). Cada tema tem algo que o recomende inteiramente, à boca vem-nos aquele gostinho a - ora aqui está algo de quase inteiramente novo. E digo quase, porque estamos perante uma espécie de Animal Colective para principiantes.
De ouvir e chorar por mais!

Blue Penguin

Oh, Mojave

Tane Mahuta

There Are Birds

Remember

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Oh, Mojave

Tane Mahuta


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8.2.08

Weekend Shuffle #9






















Marissa Nadler
- Diamond Heart
Begushkin - Nightly Things
Britta Persson - In or Out
His Name Is Alive - Go to Hell Mountain
Blonde Redhead - Messenger (Featuring David Sylvian)
Evangelicals - Midnight Vignette
Jeremy Jay - Airwalker
Budos Band - His Girl
Monster Bobby - Closest Experience To That Of Being With You Is The Experience Of Taking Drugs
Tussle - Warning
The Whip - Sister Siam
Portable - Albatros
Kettel - And Unrequited As Well
Belleruche - Northern Girls
My Little Airport - Edward, Had You Ever Thought That The End Of The World Would Come On 20.9.01?
Clogs - Kapsburger

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(Z&C)

Solal - The Moonshine Sessions

















Estes gauleses são loucos.
O que é que terá dado a Philippe Cohen Solal, produtor francês (The Boyz From Brazil) e um dos mentores dos Gotan Project, para se atirar de pés e cabeça a um género musical habitualmente tão pouco recomendável como o country? E ainda por cima na sua forma mais pura, sem os tiques world lounge que costumam dourar a pílula das miscigenações musicais.
Estará farto de vampirizar o samba e o tango? Será apenas uma fuga para a frente, como aquelas senhoras que chegando a uma certa idade decidem pintar o cabelo de roxo, por já não haver muito por onde pegar?
Não faço ideia, só sei é que, estranhamente, a coisa - a espaços - até resulta. É impossível não esboçar um sorriso ao ouvir o “Dancing Queen” dos ABBA e o “Pretty Vacant” dos Sex Pistols em vestimentas hillbilly, e pensar que Johnny Cash teria achado um piadão a isto tudo.
Cuidado, em excesso, pode levar à prática de line dancing.

Galopem até aqui.

(Z)

Adam Green


Este será, defenitivamente, o ano do tudo ou nada para Adam Green.
Depois da sorte grande, que foi a participação na muito badalada banda sonora de Juno, justamente entregue a Kimya Dawson, sua companheira na coqueluche indie-nerd que dava pelo nome de Moldy Peaches, Adam prepara-se para lançar o seu quinto álbum a solo, intitulado "Sixes & Sevens" do qual se pode ouvir um tema aqui em baixo.
Uma óptima desculpa para o trazer cá, e repetir a façanha de há dois anos, no Festival para Gente Sentada.

Moldy Peaches on The View


Adam Green live @ Festival Para Gente Sentada 2006




Adam Green - Morning After Midnight

(Z)

7.2.08

Melpo Mene






















Pop gentil, charmosa e idílica, vinda de Estocolmo pela graça de Erik Mattiason, que dá a voz e a pluma a este projecto que iniciou a solo algures no tempo.
O nome da banda foi cedido por empréstimo por Melpomène - uma das filhas de Zeus e musa do canto, da harmonia musical e da tragédia (coisas de gregos...).
A fórmula é simples - mas não simplista - e funciona na perfeição: uma guitarra, um piano, um contrabaixo, bateria, uma voz que, por vezes, parece querer ser a 2ª guitarra em cena e letras tipo livro de auto ajuda mas, no bom sentido...
"Holes", o álbum que sucede três auspiciosos Ep's, vai directo ao assunto, sem grandes artifícios ou produções. Um encanto!

Holes
Hello Benjamin
Dream About Me
Tropical Island

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Hello Benjamin


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Lindo # 31

Drexciya - "Hydro Theory"


via Mundo Urbano

(C)

4.2.08

Ebony Bones - Theatro Circo, 02-02-08


O concerto que Ebony Thomas - ex-actriz recentemente reciclada para o mundo da música sob o pseudónimo Ebony Bones - deu no pequeno auditório do TC foi, tanto para ela como para o público, um autêntico blind date.
Sem qualquer disco editado e com um reportório pouco mais extenso do que o exposto nos habituais MySpace e YouTube, a curiosidade despertada pelo boca a boca de última hora, aliada a algum hype mediático que se começa a notar em torno do projecto, encheram quase por completo o espaço mais alternativo do Theatro Circo, para aquilo que mais não foi de que um curto showcase de apresentação - tipo "vai uma rapidinha, gostaste?".
Ebony manteve-se imparável como mestre de cerimónias, liderando uma banda que parece ter saído "do outro lado do espelho", com um energético coelho-homem a atacar a bateria como se estivesse a fazer um casting para a Duracell, secundado por um baixista que lhe ia oleando as batidas, duas bailarinas multi-usos que não destoariam nas CSS, um trompetista de cartola (o coelho, terá saído de lá?) a dividir os seus afectos com um powerbook, e um discreto mas eficiente guitarrista. Todos empenhados em produzir uma amálgama musical onde cabem, em doses generosas, óptimas referências rítmicas, que tanto passam pelos Spektrum, como pelos Bow Wow Wow, Basemente Jaxx , Grace Jones ou M.I.A.
O álbum, ainda em preparação, com produção de Richard X e Future Cut, sai lá para fim deste ano e segundo Bones, será um disco para a geração iPod, com coisas muitíssimo variadas, para não colidir com a "short attencion span" dos tempos que correm.
Um nome a ter debaixo de olho para os próximos tempos, definitivamente.




(Z)

1.2.08

Weekend Shuffle #8






















Microsillon Feat. Eugénie Allquezar - This Is Not America
El Guincho - Palmitos Park
BC Camplight - Suffer For Two
Raz Ohara And The Odd Orchestra - Kisses
Bodies of Water - Here Comes My Hand
Will Stratton - Night Will Come
Ra Ra Riot - Each Year
Strip Squad - Unreliable Narrator
Cloud Cult - A Good God
Tender Forever - How Many
Fridge - Eyelids
Ms. John Soda - Go Check
DiskJokke - Staying In (Radiomaha edit)
Siriusmo - Allthegirls
White Williams - Headlines
Sun Electric - Toninas (Fehlmann/Meteo remix)


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(Z&C)

Mais Mars Volta






















Parece que “The Bedlam in Goliath”, o novíssimo opus dos Mars Volta, teve direito a edição carregadinha de extras, com algumas covers que são, no mínimo, surpreendentes...

01 Pulled to Bits (Siouxie and The Banshees Cover)
02 Things Behind The Sun (Nick Drake Cover)

03 Back Up Against the Wall (Circle Jerks Cover)

04 Memories (The Soft Machine Cover)

05 Birthday (Sugarcubes Cover)

06 Candy And A Currant Bun (Pink Floyd Cover)


Vão por aqui ...

(Z)