Filho da Mãe (nome de guerra do guitarrista Rui Carvalho) é dono de um virtuosismo tempestuoso, que em palco se traduz numa energia tensa, com arremessos de beleza e força bruta em doses imprevisíveis, tratando a guitarra como um Norberto Lobo bipolar, torturando-a até ao limite, obrigando-a soltar sons de uma criatividade quase esquizofrénica, da qual é impossível desviar os olhos e os ouvidos. Se há concertos em que a presença física é insubstituível por qualquer captação de vídeo ou áudio, ou por qualquer relato entusiasmado, este é um deles. O único problema, para aqueles que se entretêm em dedilhar umas coisitas mal-amanhadas, é depois chegar a casa e reprimir a vontade de partir a guitarra em mil pedaços, perante as óbvias limitações. Ou não...
2 comentários:
Texto justo para um grande filho da mãe.
Destes filhos da mãe precisamos nós de muitos, Rosa!
:)
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