Com um cartaz tão inesperado como surpreendente, a CDM ofereceu-nos, em mais uma noite Clubbing, a rara oportunidade de assistir ao jazz-soul sinfónico da Heritage Orchestra, projecto saído da mente do orquestrador Jules Buckley, que em boa hora decidiu formar uma orquestra com mais de 43 elementos para actuar no clube Heritage, de modo a interpretar as suas ecléticas composições decoradas com orquestrações cinemáticas, que tanto vão beber à música clássica como ao jazz, ao funk ou à soul, aproximando-se do estilo desenvolvido por nomes como 4 Hero ou Cinematic Orchestra.
Os 17 músicos em palco conseguiram a proeza de manter, durante cerca de 1 hora, a plateia da Sala 2 (onde se incluía o orgulhoso "padrinho" Gilles Peterson) em permanente bate pé, num crescendo que terminou com uma muito feliz interpretação de Les Fleur, tema revisto e actualizado pelos 4 Hero.
Na bagagem trouxeram o estreante José James, nova-iorquino que, em mais uma das bem conseguidas colaborações obtidas até à data (com destaque para o grande Chris Bowden), fez subir ainda mais o nível desta atípica mas adorável orquestra.
A noite terminou com a (para muitos) estrela da companhia, o repetente Gilles Peterson, num DJ set improvisado à última da hora com música emprestada, devido a extravio de malas no aeroporto. Ficámos sem saber o que realmente nos esperava, mas, sem nunca sair do terreno que lhe é habitual, safou-se bem no desenrascanço...
(Z)
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