29.4.09
Frida Hyvönen - Braga, Theatro Circo, 25-04-09
O concerto que Frida Hyvönen deu no sábado passado em Braga foi em todos os aspectos, perfeito. Daqueles que ficam durante dias a ecoar na caixa craniana, obrigando a audições sucessivas dos álbuns, para prolongar o estado de graça.
Perante uma plateia reduzida mas entusiasta, a sueca instalou-se ao piano acompanhada por duas conterrâneas (Linnea Olsson e Tammy Karlsson) que tomaram conta do baixo e bateria, vestidas a rigor numa farpela extravagantemente eighties, algures entre o kitsch e o barroco, a condizer impecavelmente com a ornamentação da sala.
Enquadrada por um jogo de luzes irrepreensível e usufruindo de um som cristalino, Frida atirou-se a “Enemy Within” com a intensidade de quem parece estar a dar o concerto da sua vida, mantendo durante cerca de 90 minutos o factor “pele de galinha” ligado no máximo, até soarem os últimos acordes de “Oh Shanghai” - tema que encerrou o concerto.
Pelo meio, o recente “Silence Is Wild”, tocado quase integralmente, foi o centro das atenções, com “Birds”, “London!”, “Pony” e – principalmente - “Dirty Dancing” a merecerem o devido destaque.
Obviamente que o excelente “Until Death Comes” , não podia ficar esquecido, fornecendo alguns “Frida Hyvönen classics” como “The Modern” (com a batida em sapateado), “You Never Got Me Right” (quanto a mim, o momento da noite) e ”Djuna!.
Com um cravo vermelho a destacar-se no preto do piano e uns óculos quase cool de tão nerd, Frida provou que boa disposição e sentido de humor são meio caminho andado para conquistar o público. No entanto, foi o outro meio que surpreendeu: o vozeirão, a destreza ao piano, os arranjos brilhantes, conseguem a difícil tarefa de superar o que se ouve em disco, dando por vezes a impressão de estarmos perante um Rufus de saia (algo que deve ser habitual na casa Wainwright).
Só pecou pela ausência de “I Drive My Friend “ e “Once I Was A Serene Teenaged Child” do alinhamento. Na sessão de autógrafos pós-concerto, ainda “resmunguei” quanto a esta última, que ela se dispôs a tocar imediatamente caso lhe arranjasse um piano. Para a próxima levo um Casio dos chineses.
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2 comentários:
Depois de ler esta crítica fico ainda com mais pena de não ter estado neste concerto. Adoro a Frida Hyvönen. Bom consolo são os videos que partilhas :) Vou pôr a London! no meu blog (ok?).
Serve-te à vontade.
:)
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