Jimi Tenor & Kabu Kabu
Jimi Tenor, o excêntrico finlandês mutante, mesmo tendo tido algum azar na sua segunda investida ao Porto, não se deixou abater por uma sala 2 desoladoramente vazia, dando um concerto empolgante.
Veio apresentar o interessantíssimo "Joystone", lançado este ano, fazendo-se acompanhar por uma banda que inclui o trio africano Kabu Kabu (ex colaboradores de Fela Kuti), oferecendo-nos uma dose massiva de afro-beat e jazz-funk personalizado, com influências de Sun Ra, Antibalas, Pharoah Sanders, e, claro está, Fela kuti.
Mesmo não sendo nada de novo, é de ouvir e chorar por mais.
James Chance & Les Contorsions
O diabólico e já entradote James Chance (mais um a tocar para as moscas), para além de partilhar com Jimi Tenor a escolha de instrumentos (sax e teclas), é também um grandessíssimo cromo, embora no caso dele, pareça ser uma ocupação a tempo inteiro.
Imparável, alternou a sua possuída e admirável perícia instrumental com um estilo vocal que, já tendo visto melhores dias, lembra um James Brown (de quem tocou "King Heroin") em versão rockabilly, com direito a uns passitos de dança algo decadentes que não destoariam num filme de David Lynch.
Uma experiência sonora feita de free-jazz, punk-jazz revestido de R&B em alta velocidade, que teve os seus altos e baixos.
Entretanto, em total contraste com o que se passava em cima, toda a zona dos bares, na parte de baixo da CDM, estava já repleta de gente que, em clima de festa rija, assistia à fantástica prestação do alemão Justus Köhnke. A multidão que rodeava o homem da Kompakt, acabou por incluir as duas bandas acima citadas, muito ao jeito de um final feliz hollywoodesco.
(Z)
4 comentários:
Felizmente a CDM ainda organiza concertos com visionarios deste calibre.
O Jimi Tenor no Hard Club, há uns anos atrás, também foi um concertaço, mas este foi ainda melhor. Pena a falta de público...
estás muito enganado ou não deves conhecer muito de James Chance, e apesar da idade, a prestação foi muito boa, ele é uma das poucas lendas vivas de uma das melhores epocas e mais productivas de Nova York.
A escuta ddo som de james Chance não é facil e imediata, mas muito rica.
è uma figura única que soube criar um estilo próprio, assente em funk, free jazz e atitude punk.
isso é dificil ou cada vez mais raro, par a próxima estuda melhor e não julgues pelo imediato.
boa sorte e melhores criticas,...
Caro anónimo
Obrigado pelas pérolas de sabedoria Wikipédica. Mas como deveria saber, os concertos não são actividades museológicas itinerantes, integradas num determinado contexto histórico, são actos isolados, efémeros e imediatos, só podendo ser apreciados pelo momento em que acontecem e pela relevância actual do artista nesse momento. Reflexivamente, o concerto em causa teve altos e baixos. Só isso.
Quanto ao contributo de James Chance para a música, ele é inegável, mesmo não tendo descoberto a pólvora. A fusão de free-jazz, rock e funk, explodiu verdadeiramente com os seminais "On The Corner" e "Bitches Brew" de Miles Davis e, até aos dias de hoje, nunca deixou de produzir efeitos, sub-géneros e derivações, que vão do James Chance de há trinta anos, à frescura trazida actualmente por Medeski Martin & Wood, Skalpel ou Jaga Jazzist, entre tantos outros igualmente aconselháveis. Não estamos propriamente a falar de algo "raro", "único", ou, muito menos, de difícil audição....
Volte sempre.
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