17.4.07

A aldeia dos macacos está a arder?

Arctic Monkeys

Não se fala noutra coisa.
Juntamente com os Arcade Fire, são (para o bem e para o mal) os bichos de estimação preferidos dos média.
Nestas últimas semanas, têm sido motivo de capa e reportagem central de um sem número de publicações. Todas elas, sem excepção, a tecerem os mais rasgados elogios a "Favourite Worst Nightmare", o seu "difícil segundo álbum".
E todas elas a baterem na mesma tecla, "over and over", de que o sucesso alcançado pela banda foi uma espécie de euromilhões do Myspace, que os transformou, da noite para o dia, em símbolos de uma geração, mas que tanto lhes calhou a eles como podia ter calhado à banda ao lado. Como se o Myspace não existisse muito antes deles, ou como se os seus utilizadores não tivessem qualquer capacidade crítica para separar o trigo do joio.
A criação de mitos, com os respectivos clichés e exageros, vende muito papel. A sua eventual destruição também.
No meio disto tudo está a música, a única coisa que interessa.
E a pergunta que se põe é: será que há fogo para tanto fumo?
Embora todo este alarido dificulte a "focagem", a sensação que fica é a mesma do primeiro disco - "apenas" música simples e directa, histórias bem contadas em meia dúzia de palavras, e a total ausência de reverências ou consciência de referências. O código genético de quarenta anos de cultura pop, a aparecer de forma cíclica, inevitável, permitindo a sobrevivência da espécie.
Estamos perante um álbum com mais do mesmo, e isso, de vez em quando, é muito bom.

1 comentário:

clonixx disse...

Boa, tou cheio dos fudamentalistas anti-Arctic! Anseio pelo dia 18..... Hugz!