14.3.07
Feist à estrada
Quando, há três anos atrás, ouvi pela primeira vez (no segundo álbum dos Kings Of Convenience) a hipnótica voz de sereia da minha canadiana favorita, estava longe de imaginar que nesse mesmo ano ela iria lançar aquele que foi, e é, um dos "discos da minha vida", o arrebatador "Let it Die". O efeito provocado por essa droga altamente adictiva, fez-me andar à cata de tudo quanto era participação especial ou gravação antiga da menina, para aguentar a ressaca até à tão esperada nova dose.
Pois bem, a espera acabou. "The Reminder" já cá canta, e de que maneira. Não foi preciso sequer acabar a primeira audição, para sentir novamente aquele arrepio na espinha provocado pelo álbum anterior, e de forma quase tão intensa como da primeira vez.
"So Sorry", "I Feel It All" e "My Moon My Man", os três temas que abrem o álbum, só por si já valem o investimento. Mas felizmente a coisa não se fica por aí.
"Intuition" e "Honey Honey" que já há muito circulavam pela net em versões nunca editadas, encontram aqui o merecido tratamento defenitivo, com um enquadramento à altura.
"Sea Lion Woman", popularizada por Nina Simone, e que já vinha sendo tocada ao vivo há uns tempos, embora não tenha a força do original é ainda assim uma óptima cover.
"Brandy Alexander" composta a meias com o compatriota Ron Sexmith tem na interpretação de Feist o contraponto ideal para o classicismo açucarado do canadiano.
"1 2 3 4" e "Past In Present" são vintage Feist e potenciais candidatas a próximo single.
Mas o melhor está guardado para o fim, "How My Heart Behaves", em dueto com Eirik Glambek Boe dos Kings Of Convenience é uma balada lindíssima que fecha o disco com chave de ouro, à semelhança do que já tinha acontecido com "The Build Up" no último álbum dos noruegueses (com os quais Feist vai agora passar uma semana no México, não descartando a hipótese de saírem de lá com um disquito a meias...).
A única nota menos positiva estará na roupagem mais convencional dada a alguns dos temas e numa produção menos arrojada, algures a fazer a transição entre o despojamento de Monarch e o toque de Midas que Mocky deu a Let it Die. Isto corta um pouco a fluidez entre as canções, parecendo mais uma colectânea de singles do que um álbum pensado como um todo, ao que não será alheio o facto de o disco ter sido alinhavado em apenas uma semana num apartamento em França.
Aqui fica uma interessante entrevista/concerto de 2005:
01 - Intro & recording in France talk
02 - Gatekeeper
03 - Voice talk
04 - Mushaboom
05 - talking about songs, Peaches, BSS & the CDN scene
06 - Secret Heart
07 - One Evenin video talk
08 - One Evenin
09 - Name talk & outro
(Z)
1 comentário:
Fizeste mal teres posto esta menina no meu ipod!!! Agora ouço-a em looping... Dá-me mais 2 dias e sei as músicas todas de cor :)
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