Juliana Hatfield sings Olivia Newton John

É desde sempre um dos guilty pleasures favoritos cá da casa. Um quase obscuro hit de Olivia Newton John que andamos a tentar impingir e divulgar há décadas para gáudio de uns e espanto de outros. A ideia de fazer uma cover chegou mesmo a dar os primeiros passos até ser temporariamente engavetada à espera de melhores dias.

Pois parece que não estamos sós na ligação emocional a um tema de infância que conseguiu permanecer bem vivo na memória até aos dias de hoje. "A Little More Love", single extraído do álbum "Totally Hot" (1978) da cantora australiana, recebeu agora uma nova roupagem pela veterana indie Juliana Hatfield. O tema está incluído no novo disco da artista americana "Juliana Hatfield sings Olivia Newton John". Aconselha-se vivamente a compra de um dos vinis coloridos em edição limada (ou mesmo do single que contem material extra), não só pelo inesperado conteúdo mas porque cada compra inclui a doação de um dólar ao Olivia Newton-John Cancer Wellness & Research Centre.

"I have never not loved Olivia Newton-John. Her music has brought me so much pure joy throughout my life. I loved her when I was a child and I love her still. Her voice and her positive energy and her melodies have stood the test of time and they give me as much pleasure now as they ever did. Listening to her is an escape into a beautiful place. She has inspired me so much personally and I just wanted to give something back; to share some of these tremendous songs, reinterpreted, with love, by me." -Juliana Hatfield

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Moses Sumney - Aromanticism

Há exactamente um ano atrás, louvava-se por aqui o potencial qualitativo de um álbum ainda na forja mas já com uma série de pistas premonitórias.
Algumas músicas lançadas sem grande alarido, por vezes de caracter experimental, outras com uma sensibilidade à flor da pele foram criando o culto nos ouvidos mais atentos. A espera tornou-se longa mas o resultado ultrapassa todas as expectativas. À primeira incursão num longa duração, Moses cria uma obra prima indiscutível de uma consistência e beleza irrepreensíveis. Um dos discos do ano.

Nick Mulvey

Ser fã dos Portico Quartet, grupo de jazz fusão com um talento inato para melodias tão complexas quanto acessíveis é tarefa fácil, atendendo à constante evolução qualitativa do projecto, em disco e nas intensas prestações ao vivo.
O anúncio de mais um disco a solo de um dos mentores do grupo, Nick Mulvy é por isso uma agradável notícia e o resultado surpreende pelo desvio estilístico em relação ao projecto principal. Apostando numa sonoridade folk, Mulvey apresenta um punhado de canções orelhudas que vão certamente arrebatar uma nova camada de ouvintes mais ligados a nomes como Iron And Wine ou José Gonzalez.

Turnover - Good Nature

Os últimos dias de férias foram frutíferos em descobertas musicais soalheiras, ainda a tempo de figurar na nossa indispensável playlist estival. Enquanto Agosto se vai esgotando em agradáveis chuvas de Verão, o prazer sonoro vai aumentando com mais achados irresistíveis.
Ao terceiro disco, os Turnover fazem um brilharete com uma coleção de canções pop absolutamente irrepreensíveis, algures entre a mestria melódica dos Real Estate e a frescura veraneante dos Washed Out. Toca a estender a toalha outra vez...

Alvvays - Antisocialites

Mais um tema a exigir férias solarengas e lugar cativo na playlist deste Verão.
Ao segundo album os canadianos Alvvays já tinham acertado na mouche com o irresistível primeiro single "In Undertow". Agora sobem a parada com "Dreams Tonite" e a sede de beber o resto da fonte vai aumentando. "Antisocialites" saiu a 25 de Julho, mais fresco era impossível.

No Vacations

É irónico que uma das melhores canções indie pop deste Verão provenha de uma banda chamada No Vacations. Mas "Mind Fields" é mesmo isso, uma lufada de ar fresco doce e despretensiosa, oriunda de um quinteto de S. Francisco que terminou antes mesmo de gravar o primeiro album e voltou ao activo um ano depois para criar um punhado de canções irresistíveis, editadas sob o sugestivo nome de Yam Yam. Um delicioso disco para desfrutar no pino da melhor estação do ano.

Parcels

Está em contagem decrescente o tempo que falta para estes miúdos levarem para casa o troféu de banda do Verão. O facto de serem produzidos e apadrinhados pelos ex-titulares Daft Punk, dá uma ajuda. O facto de parecerem um cruzamento entre Jungle e Roosevelt, também. O mérito, no entanto é todo deles, Groove is in the heart.

Slow Dancer - In A Mood

Há discos que se instalam permanentemente no ouvido quando menos se espera.
Sem hype, sem o acidental pop-up num shuffle a debitar dos headphones durante o jogging, sem qualquer tipo de referência explícita. Apenas porque aleatoriamente vamos picando um ou outro saque da semana arquivado na infindável pasta dos "a ouvir", prestes a acabar no baú dos esquecidos. São sempre os que sabem melhor.

Matt Elliott, Auditório de Espinho, 06.05.2017

A cada novo disco, a cada nova visita, Matt Elliot eleva para um novo patamar a intensidade emocional e a perturbante beleza de quem procura expiar a atração pelo abismo através da arte suprema de criar canções perfeitas, interpretadas com uma honestidade e entrega totais. Mais uma vez, arrebatador.

Jens Lekman – Life Will See You Now

Melhor surpresa de 2017 até agora.